Ela é do tipo que ao primeiro sinal de que as coisas não vão
bem, é capaz de virar o carro na contramão e entrar na primeira rua de terra
batida.
Ela já deixou pedaços espalhados, já se recompôs, mais de
uma vez, e com o tempo as decepções vão ficando mais leves. Alguns chamam de
experiência, ela chama de viver a realidade. Aceitar que algumas pessoas não
mudam não é sinal de pessimismo, ser pessimista é se deixar levar a crer, que
existe uma força superior que nos impede de ser feliz, a gente é o lobo de nós
mesmos.
Viver a realidade é descobrir que sempre existe um caminho
melhor, que apesar de momentos de nuvens baixas e escuras, o vento os leva
embora, em alguma hora. Ela deixou de acreditar no príncipe encantado tem um
tempo, e agora ela quer alguém pra andar de calcinha e sutiã pelo apartamento,
sem se preocupar com imperfeições.
Ela canta músicas sem se importar se está desafinada, e você
não precisa pagar a bebida dela, ela viveu até aqui, reafirmando sua
independência. Ela pode parecer tranquila, mas se estiver afim, vai ir à festa
e dançar até o chão, tomar todas e subir no palco com o DJ.
Ela é o que o seu amigo frouxo, que tem medo de se envolver
com as pessoas chama de ‘’mulher Alfa’’ e ele é babaca o suficiente para se
chamar de ‘’homem Alfa’’. Mas não, ela é mais simples de entender do que a
equação de Bhaskara. Você não precisa ter medo de chamar ela pra dançar e pisar
no seu pé sem querer, mas tenha medo se você pretende iludir e reaparecer como
se nada tivesse acontecido, o silêncio dela corta mais que mil facas. Ao invés
de tecer elogios vazios, demonstre com uma atitude sincera, que a presença dela
é importante.
As coisas são simples, como uma bebida quente num dia frio,
simples como uma foto sem edição. Ela é simples, mas é única.